Os Quentes da Madrugada

Santarém Novo, Pará
CARIMBÓ

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Os Quentes da Madrugada

Santarém Novo, Pará
CARIMBÓ

O carimbó está para o Norte assim como o forró está para o Nordeste. É música de festa, onde se dança até o dia amanhecer. Absoluto na região do Salgado paraense, não há cidade onde não se encontre um desses conjuntos. Junção caprichosa do pé batido indígena com o rebolado africano, o carimbó é o gênero tradicional mais característico do Pará e um dos mais significativos do país, onde sem conflitos se reúnem o sagrado e o profano, devoção e diversão, tradição e contemporaneidade.

De instrumentação típica dos batuques de origem bantu, primo do coco, do Tambor de crioula, do jongo, do Zambê e de tantos outros, os tambores de tronco escavado carimbó ou curimbó é que emprestam o nome à brincadeira. Somam-se a eles maracas, matracas, ganzá, percussões menores, banjo e algum instrumento de sopro, responsável pelo caqueado ligeiro e sincopado que se junta ao choro e ao frevo na escola dos grandes sopros brasileiros.

O carimbó de Santarém Novo apresenta características particulares que o destacam dos outros grupos do estado. A existência da Irmandade de São Benedito, há mais de 150 anos guardiã desta tradição, propõe uma abordagem mais complexa da organização sociocultural da festa, e confere a ela identidade única. O conjunto musical Os Quentes da Madrugada, que conduz a festa, é liderado com capricho e rigor pela família de Mestre Celestino, e chama a atenção pela excelência artística de seu repertório, e a precisão de seus músicos e cantores. Afirmando o vigor desta tradição, quase uma centena de candidatos disputam a cada ano o cargo de festeiros de cada um dos onze dias ininterruptos da festa, se responsabilizando pela decoração do barracão, comes e bebes, missa, mastro, ladainha, alvorada, queima de fogos, etc. Os trajes tradicionais – paletó e gravata para os homens e blusa de manga e saia longa para as mulheres são adereços que sugerem e propiciam movimentos coreográficos muito particulares e extremamente graciosos aos dançarinos, que impressionam pelo seu virtuosismo, formando um estilo característico de dança.

Gravado em
Mestre: Celestino Silva Corrêa (Seu Celé)
carimbó grande: Adilson Carmo da Costa Santana (Manelão)
côro, triângulo e maracás: Antônio Walberson de Freitas Corrêa (Moquinha)
carimbó pequeno: Antônio Walter Freitas Corrêa (Preto)
voz: Cândido Corrêa da Costa Dias (Candinho)
rufo: Evandro Aleixo de Souza (Meu Avô)
carimbó médio: João Carlos do Carmo Sota (Cabocão)
côro e triângulo: José Carlos do Carmo Sota (Zé Pitanga)
côro e reco-reco: Leonardo Costa da Silva (Leo)
voz e afoxé: Raimundo Corrêa Costa (Ticó)
carimbó grande: Raimundo Costa Corrêa (Seu Dico Boi)
afoxé: Sebastião Almeida da Silva (Sabá)
participação especial – saxofone: Manoel Monteiro Tavares (Manezinho do Sax)

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